Sutilezas...

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Ela sorriu como de costume,
não mostrava os dentes,
nem suas verdadeiras intenções.

Ele sorriu de volta,
boca, olhos e alma escancarados,
aparentes despretensões.

Ela não sabe quando se desarmou,
entreabriu uma porta e
meio sem jeito o chamou.

Ele percebeu o convite, mas pressentiu,
sua entrada, ainda que consentida,
poderia assustar a arredia menina.

Ela cansou de esperarar
o moço reticente, cheio de pesar,
resolveu sair, trazê-lo pra dentro de si.

Ele estendeu suas mãos, deixou-se levar,
desde que a viu sorrindo de lado,
sabia que aquela menina seria seu eterno lar.

2 comentários:

Melia Azedarach L. disse...

Por que essa poesia me fez pensar, pensar demais e dá até uma tênue vontade de acreditar nisso.

Acredito que eu esteja melhor, mas é melhor ainda me precaver, sinto que a cada dia ele se afasta, mas eu já prévia que isso iria acontecer.

Vi seus comentários e fico meio feliz e meio pensante quanto ao fato dos mesmos dilemas nos unirem, antes fossem alegrias e não pesares a nos unir, mas não resta muito a fazer, melhor mil afinidades entrecortadas com pesares, do que afinidade nenhuma.

É isso, hoje é quarta e de fato gosto das quartas, gosto mesmo, sempre me ocorrem coisas boas nas quartas.

Um grandioso beijo senhorita Helena!

Ricardo disse...

Bela poesia! Percebeu a concretização da ameaça, caro leitor? Em relação ao texto anterior! Se não percebeu, leia os dois... e perceba! Duas observações: trata-se de uma mulher, a autora... interessante, não? Segunda: trata-se de um ser humano... Coerente? Não? E por que este comentário tem que ser coerente? Sentimentos não são coerentes!