Voltando ao jogo

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Voltar pra casa depois de um período longe é uma experiência incrível. Tudo parece estranhamente novo e antigo ao mesmo tempo. Apesar de, à primeira vista, tudo parecer muito diferente. Apesar da sensação inicial de desconforto e desamparo por me sentir forasteira no lugar em que nasci e estranha às pessoas que me rodearam por boa parte da vida. Passado bem pouco tempo, fica muito claro que as pessoas, assim como os lugares, ganharam alguns sinais do tempo, uns positivos, outros nem tanto, mas, no fundo, são as mesmas. E o mais incrível ainda continuam olhando pra mim da mesma forma, com os mesmos olhos que me viram criança... Criança... Será que eles estão certos? Será que ainda há mais daquela menina em mim do que eu poderia supor? Será que o que me difere da criança que fui é só uma camada (bem grossa por sinal) de poeira que o tempo deixou? Quantas perguntas... Sempre me senti muito incomodada com perguntas sobre mim, meus sentimentos, mas, dessa vez, é diferente, tenho sentido uma estranha paz em me sentir cercada de perguntas (talvez seja porque agora minha inquisidora seja eu mesma) e tenho me percebido ávida por todas as respostas... Aliás essa sensação pode já ser uma resposta àquela pergunta inicial. Afinal, não são as crianças que adoram fazer o jogo de perguntas e respostas?

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