Solidão que nada...

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Hoje, em uma conversa no msn com um amigo, escrevi uma frase que, como de costume, saiu como um espirro, de forma inconsciente e incontrolável. Disse que eu era uma pessoa muito centrada em mim mesma, mas que estava descobrindo que estar sozinha só é indolor quando é uma opção. Ao ler o que eu mesma tinha escrito, algo em mim se surpreendeu, tentou negar, mas acabou se convencendo de que é verdade, não sou tão auto-suficiente quanto imaginei.

É bem verdade que gosto (amo) de ficar sozinha, lendo meus livros, ouvindo música, pensando e repensando. Nesses momentos, não me sinto só, pois estou desfrutando da companhia dos sentimentos e pensamentos de pessoas que preferiram se comunicar comigo (e com o resto do mundo) através da arte. Nessas horas também estou acompanhada por mim mesma e pelas minhas próprias impressãoes em relação a esses livros e músicas.

Acontece que chega o momento em que é preciso contato físico, e não estou falando só da relação homem-mulher. Conversar com um amigo olhando seu sorriso de afeto, ter uma briga séria podendo sentir no ar toda a animosidade, ironia, sarcasmo ou até cinismo, nada disso pode ser eternamente substituído por uma troca de e-mails ou conversa pelo telefone ou msn.

A minha geração não nasceu enviando sms e viajando pelas ondas virtuais, freqüentávamos as casas das amigas, namorávamos no portão, escrevíamos em papéis de carta. Mas tudo isso nos alcançou na fase adulta e estamos cada vez mais adaptados às "modernidades".

Só que há os marginais, os rebeldes como eu, nós sentimos falta do contato, do olho no olho, do abraço... Sentimos falta de falar e até gritar se for preciso, de conversar e brigar de vez em quando...

Mas, infelizmente, somos adultos, e os compromissos, a distância, a correria, a responsabilidade, todas essas coisas que deveriam ser só meios, acabam ganhando mais importância em nosso dia-a-dia do que o que, em princípio, era a finalidade maior... SER FELIZ!!!

Por sorte, os amigos estão longe, mas existem e, já que não sou besta e não posso (nem quero) barrar todos esses inventos tecnológicos, muito menos largar todos os compromissos e curtir a vida, uso o celular, msn, e-mail e todo o resto pra não perder "de vista" (vou fingir que não notei a contradição) as pessoas queridas, e até as não tão queridas assim.

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