Dessa vez, o jornal trouxe uma boa nova (ou seria bossa nova?)...

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Tenho uma revelação a fazer... (que rufem os tambores)...

EU SOU PATÉTICA, ABSOLUTAMENTE PATÉTICA !!!

Posso até ouvir vcs: "Ahhhhhhhh !!!!!"... e pensando "Cadê a novidade?"

Tudo bem, não é mesmo novidade, mas enfim, foi uma boa forma de iniciar o post... rs. Mas, deixa eu explicar o motivo dessa revelação.

Estava eu no banheiro (seja educado e nem imagine fazendo o que... rs)... Então, estava no banheiro e vi um jornal em cima da pia, puxei o jornal, pensando no quão apropriado era ler jornal no banheiro. Atualmente, tenho achado o jornal quase um vaso sanitário (lugar onde descarregamos nossas sujeiras e colocamos sachês cheirosos pra disfarçar o mau cheiro... rs)... Tudo bem, peguei pesado, esse tom não combina mesmo com o momento "sweet" desse post. Continuando a história...

Quando eu puxei o jornal, vi, em cima da pia do banheiro da casa da minha mãe, um grande amor da minha adolescência, que achei ter perdido numa das minhas várias mudanças de caminho. Ele estava ali, bem diante dos meus olhos, e só sabe do que estou falando quem já reencontrou um amor do passado, daqueles de quem vc se perdeu antes que tivesse "gastado" toda sua paixão, antes que tivesse compartilhado tudo que sonhou compartilhar.

Toquei nele, senti o seu cheiro, reparei de novo nas suas partes que mais me atraíam, achei outras mais. Chorei, chorei copiosamente, de alegria, de tristeza, de emoção. Pensei no passado, nas noites mil em que dividimos sonhos, dores, ilusões. Fiz planos pro futuro, desejei explorar cada faceta que eu podia ver agora e que não podia perceber há 10 anos atrás, só pra compensar aquelas que a "maturidade" me impediria de ver.

De repente, lembrei que não era mais uma menina, que não passaria mais noites agarrada a uma coletânea de poesias, ainda que de Vinícius. Lembrei que eu não precisava mais possuir pra amar. Percebi que era realmente bom poder rever aquelas páginas amareladas, sombras das lágrimas que derrubei, mas que toda aquela beleza que descobri há anos, agora já fazia parte de mim.

Bom, confesso que, desde o reencontro, não desgrudei dele, às vezes me pego procurando por ele só pra ter certeza de que ainda está ali. Mas já estou pensando em deixá-lo ir. Os livros, assim como as pessoas, não merecem o claustro. A sua beleza, as suas delícias precisam ser aproveitadas por outras pessoas. Só assim eles terão realmente existido.

Agora vc deve estar achando que pensar assim me faz uma pessoa destinada à solidão. Pode até ser. Às vezes, me sinto realmente só, mas quem é que nunca se sente assim?

A solidão é nossa sina, não é possível nascer sem cortar o cordão umbilical. Talvez esse seja o primeiro ensinamento que a vida gentilmente nos dá. "Marvin, agora é só vc."

Então, se a solidão é inevitável, o melhor é aproveitar intensamente os encontros (e reencontros), ainda que isso signifique chorar com um livro nas mãos em um local nada romântico (se bem que um banheiro pode ser bem romântico, dependendo do ponto de vista... rs).

Além disso, só o que nos resta é esperar o que encontraremos "embaixo do jornal de amanhã".

4 comentários:

Melia Azedarach L. disse...

Achei incrível o post querida, não tinha vindo responder antes por que estava esperando sua atualização e sabia que viria coisa boa.
Eu tenho muitos livros antigos, gosto de tê-los ali para ver sempre e mostrar aos que gosto.
E sei também como é achar algo antigo.
E bom o meu post de hoje não é assim algo que se diga romântico, mas bem que fala um pouco de nostalgia e de banheiro fala rsrsrs.
Acho que vai gostar e até rir um pouquinho rsrs.

Estou um pouco mal, mas logo eu melhoro, mal de saúde mesmo.
Logo esfrio a cachola também...estou pensando em entrar menos na net, mas vou continuar atualizando o blog e mantendo contato com você claro.
Só to precisando de um tempo.
Um grande beijo e ótima semana querida!

Anônimo disse...

Ótimo post... mas honestamente sinto que será melhor eu não comentar nada exceto que estive aqui!
(10min depois)
vou deixar-lhe uma poesia amarga desse poeta que eu tanto me identifico,Augusto dos anjos...Incontaveis as vezes que,eu,ao invés do choro,como forma de expressão gritei feito louco recitando suas poesias... hehe

INFELIZ
Alma viuva das paixões da vida,
Tu que,na estrada da existencia em fora,
Cantaste e riste,e na existencia agora
Triste soluças a ilusão perdida;
Oh!Tu,que na grinalda emurchecida
De teu passado de felicidade
Foste juntar os goivos da Saudade
Às flores da Esperança enlanguescida;
Se nada te aniquila o desalento
Que te invade,e pesar negro e profundo
Esconde à Natureza o sofrimento,
E fica no teu ermo entristecida,
Alma arrancada do prazer do mundo.
Alma viuva das paixões da vida.

Melia Azedarach L. disse...

Ah querida, valeu-me tanto a visita, o texto é uma verdadeira sátira aos meus dias ruins, mas confesso que hoje estou melhor.
E você não é patética oras bolas que puxa, você é incrível e otimista, somente isso (me venda seu otimismo em potinhos per favore), você é otimista o bastante para acreditar em coisas simples.
Eu fico feliz que pense dessa forma e em todo caso hoje nem namorei o vaso ainda rsrs.
Logo estou indo finalizar meu desenho.
E você nem preciso explicar onde quer chegar, eu já percebo no começo rsrs.
Grande beijo!

Anônimo disse...

Realmente..
romantico ver vc sentada no seu trono.. virando rainha do romantismo impecável.. apreciando os odores do passado. rs E relembrando o quão não deve ser apegada..rs

rsrsrs se entendeu o que imaginei.. vai morrer de rir..rsrsrs

Abraço Zun