Um pouco mais de calma

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Outro dia, respondendo uma pergunta, eu disse (escrevi):

"Até que estou muito bem, sou o tipo de pessoa que se encontra justamente no meio do turbilhão."

K, que já está cansado de saber com quem está lidando (será mesmo? rs), limitou-se a completar:

"Já tinha percebido isso."

A conversa acabou depois de mais algumas trocas de frases das quais, sinceramente, nem me lembro mais. Aliás, nem essa parte da conversa ficou martelando na minha cabeça, como certas idéias que insistem em se fazer notar até que eu pare tudo pra me ocupar delas.

Dessa vez, não foi assim. Não fiquei pensando nisso. Talvez estivesse até "ruminando" tais palavras, sem ter consciência de que elas estavam ali esperando o momento certo de serem digeridas .

O fato é que agora, assim do nada, veio à tona, como se a conversa tivesse sido hoje, há um minuto atrás... "sou o tipo de pessoa que se encontra justamente no meio do turbilhão"... tipo de pessoa... meio do turbilhão...

Inevitável comentar, essa coisa de "tipo de pessoa" soa absolutamente inadequada. Tipo de pessoa? Será que pensei que estava falando de uma coisa, um objeto inanimado, estável, imutável?

Mas, nem é esse o ponto. Acho sim que acabo me encontrando bem no "olho" do furacão. Sabe time que só joga bem contra adversário forte? Sou eu. Situação adversa, hora de reunir forças e sobreviver, nada de choro, muito menos de vela.

Só que as tempestades passam e chega a hora de velejar em mares calmos, dia de céu azul, límpido, e é exatamente nesse momento que me perco, tudo é tão claro que me ofusca a visão, tudo é tão tranqüilo que me confunde.

Quer saber? Ando cansada de constantes superações, de infinitas reviravoltas. Será que a rotina é mesmo tão entediante? Ando querendo pagar pra ver. Já sei, já sei, você vai dizer que ninguém muda sua essência, ninguém deixa de ser o que realmente é, no máximo, muda de roupa. Será mesmo? Pode ser...

"Paciência

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não pára
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso, faço hora, vou na valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é tempo que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo pra perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
Será que é tempo que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo pra perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára"

Obs: Melia, dessa vez vc está certa, essa poesia não é minha. Aliás, dá pra perceber de cara a diferença... rs.

Aqui vão os créditos, "Paciência" é a letra de uma música que ando ouvindo (milhões de vezes ao dia), melhor ainda se for na voz de Lenine.

6 comentários:

Anônimo disse...

À menina que só vê céu, tenho pouco a oferecer. Ou melhor, como ser mais?

Mas gostei de estar aqui, de confirmar um de meus primeiros elogios seus, você escreve bem. Traga suas dezenas de milhares de tentativas de defeitos; precisa, sem dúvida.

Esse é o post... te devo duas outras partes agora. ;)

Anônimo disse...

oi

obrigada viu, veio aqui e nem ligou pra mim, valeu mesmo! bjs

Anônimo disse...

oi

obrigada viu, veio aqui e nem ligou pra mim, valeu mesmo! bjs

Zunnnn disse...

Será que temos esse tempo pra perder?

.. um pouco mais de calma?

abraço

Melia Azedarach L. disse...

Isso, avisa de quem são as poesias, senão eu me complico todinha...Rsrsrs.
Eu amei a poesia e quero saber de quem é, quando puder me passe o nome.

Quanto a calma, tédio, pesar, pensar, parar, querer, estar, correr, voltar...
É um ciclo, eu vivo resolvendo pepinos, minha mãe brinca que eu e certa pessoa ficariamos ricos com uma plantação de pepinos, abacaxis e abobrinhas que tanto escutamos.
Ela deve ter razão, mas vejo que quando acabam os problemas e ta tudo certinho, ainda sim sinto que falta algo, como quando você sente que esqueceu algo, mesmo sem ter esquecido.
É um hábito, só isso e o "hábito é algo que já não existe", gosto de pensar nisso.

Não sei se podemos mudar assim simplesmente, mas admitir que precisamos ou que talvez desejamos mudar é um começo.O começo de toda uma mudança.

Agora vou comentar seu outro post.Ando tão relapsa de tudo rsrs...divagando demais.

Anônimo disse...

Dani, Dani,

Séculos sem comentar seus posts (o que não significa que eu não os leia) faz com que eu me sinta em débito contigo... Ainda mais por comentar um tópico em que eu sou citado. Mas vou parar logo com as formalidades já que a liberdade que temos me permite escrever só quando realmente estou disponível e achando q vá contribuir.
Mas indo ao que interessa. Quanto a sua pergunta retórica não retórica: É muito provável que eu não saiba com quem estou lidando... só devo ter uma impressão msm, rsrs. Mas com certeza não estou cansado, nem de saber nem de tentar descobrir.
Acredito sim na mudança de essência. Nem sei msm se essência é a palavra (definições são subjetivas demais, vc sabe bem), mas os valores mudam. Vi uma definição tão simples de “valores” hoje, que me fez enxergar mais. “Valor é a relação entre um ser e um objeto”... E como as relações são instáveis, não são?!
Se dar bem em situações turbulentas... se eu não me engano, a pergunta seguinte (ou anterior) desse papo foi se vc preferia a ordem ou o caos e vc não hesitou, rsrs. Honestamente acho uma questão bem pessoal, querida. É admirável quem saia de situações desfavoráveis com agilidade e dinamismo, mas precisar destas situações pra agir bem é o que parece ruim. Por outro lado, sair-se bem apenas em condições normais soa tão medíocre (médio). Vou ser óbvio dizendo que o ideal seria se comportar bem em todas as situações, mas esse robô ainda está sendo criado. Acho, se vc não se lembra, que vc vem se saindo bem, especialmente nos momentos pessoais mais delicados e assumir esse compromisso e essa postura de líder diante da família é sim desafiador e satisfatório. Mas como vc mesma faz questão de lembrar: “Ninguém é de ferro”, logo, só temos, como leitores e amigos, como te apoiar e compartilhar todos estes momentos, turbulentos ou não.