Alegria de "coffee break"

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Sabe um daqueles dias em que parece que vc já acordou correndo? Foi o que aconteceu hoje, milhões de coisas a resolver, ajeitar os efeitos da última viagem, tentar amenizar os efeitos da próxima viagem... aff...

Só que, como ainda insisto em achar que sou "dona do meu tempo", no meio da tarde, parei tudo e me dei ao luxo de 10 minutos de nada. Foi isso mesmo que vc leu, NADA. Porta da sala fechada, xícara de café em punho, celular desligado (já disse que detesto meu celular?), um "não estou pra ninguém" (essa expressão é horrorosa e sem sentido, mas foi exatamente a que eu usei) expresso e indiscutível, silêncio externo e interno também, até a pensar eu estava determinada a me negar por aqueles preciosos 10 minutos.

Olhei pela janela e vi uma cena que me chamou a atenção. Pronto, acabou-se, já estava pensando... rs.

Um avô e um neto. Está certo, não havia como saber que era mesmo essa a relação de parentesco, aliás nem dava pra saber se havia mesmo qualquer ligação consangüínea entre os dois. Mas, na minha cabeça foi essa a relação que criei entre eles e não discuta porque a história deles agora passou a ser a minha estória.

Voltando ao assunto, estavam lá os dois, o garoto, de uns dois anos, vinha no colo do senhor que apontava em todas as direções, mostrando ora um "bichinho" estranho que andava pela calçada, ora um pássaro que voava bem lá no alto. O menino, empolgado, falava e gesticulava para um avô de sorriso largo e ar interessado.

Fiquei ali olhando aquela cena. O homem maduro apresentando o "mundo" àquela criança, que, por sua vez, mostrava ao avô um novo olhar pra coisas tantas vezes já vistas.

Quem será que via com mais clareza o que os rodeava? Quem dos dois realmente enxergava o que a "vida" lhes apresentava? Sinceramente, não sei as respostas. Na verdade, essas são perguntas absolutamente irrelevantes pra mim e aposto que pra eles também.

Naquele momento, entre aquelas duas pessoas, não importava quem "sabia" mais, quem estava ensinando a quem. Não havia posições fixas de professor e aluno. O que havia eram duas pessoas, com suas características individuais, compartilhando um momento de observação, de descoberta, de troca.

Fiquei ali, parada, pensando no quão poética era aquela cena. Lembrei do post da Ana sobre o quanto esperamos situações grandiosas pra fazer com que valha à pena estar vivo. De repente me senti alegre, alegre por ter me dado o direito de olhar pela janela, alegre por ter "conhecido" aqueles dois, alegre, principalmente, por não ter perdido a capacidade de me sentir assim... simplesmente alegre...

4 comentários:

Anônimo disse...

1."Será que somos quem pensamos ser ou quem os outros pensam que somos?" (comentário seu no lacritique)

2."Quem será que via com mais clareza o que os rodeava? Quem dos dois realmente enxergava o que a "vida" lhes apresentava?"(post seu no teu blog)

Estes dois comentários seus eu penso que estão interligados:

1.Eu penso que a tendência é sempre que os outros vejam outras coisas em nós que nossa vista embaçada e contaminada pelas nossas vivências não consegue ver, mas se elas são verdadeiras depende muito do quanto de verdadeiro conseguimos ser para que possamos arrancar dos outros "impressões" mais fieis e condizentes com o que realmente somos.
2.cada um ver a vida de um ângulo diferente e interpreta sua realidade baseada nas tais vivencias que eu disse antes, mas "eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo" - raul seixas.
eu gosto de mudar de opinião e ver sempre a vida sob outros ângulos que não sejam só os meus diferentes ângulos, mas olhar a vida com os olhos dos outros e para os outros, coisas que de fato minha vista limitadamente embaçada não pode enxergar! você me deixa ver a vida e o mundo sob teus olhos? o blog pessoal é uma forma alternativa de se olhar.
e sobre o estado de ficar feliz com coisas simples eu te digo o que eu disse ontem pro alter quando ele me pedia desculpas por as vezes não ter nada de "construtivo" para me dizer: "se você não tem o que dizer não diga nada, apenas sinta!" viva a simplicidade!
mil bjs!

Melia Azedarach L. disse...

Eu que simplesmente vivo observando as mães com as crianças no parquinho, quando vejo uma jovem mãe na gangorra com seu filho.
Ah, eu me alegro com pouco, mas sonho com muito.

Pois quem dera que todos vissem o mundo com o olhar de uma criança, que admira com tudo, se espanta com tudo e não espera nada grandioso.Só se admira, aponta e abre o sorriso a ponto de fechar os olhos em uma flexão de pura felicidade.

Fico feliz de ter respondido sua pergunta que nem existia ainda com meu post tão simples, tão feito as pressas.

Beijos e uma ótima quinta querida!

Bill Falcão disse...

É mesmo! Uma cena tão simples, mas tão bonita e alegre!
Bjooooooossssss!!!!

Anônimo disse...

Louco né...vc pode saber o nome de tudo no mundo, mas se vc não sabe o que aquilo realmente é, vc não sabe nada!

Gostei do Blog =)
Bjks!