Blogagem Coletiva

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Banho de Chuva

Escutei tua chegada. Fingi que nada havia acontecido. Eu sabia o domínio que exercias sobre mim. Sabia também que não poderia resistir por muito tempo. Mas havia uma chance. Tua natureza passageira poderia te fazer partir logo. Antes que me convencesses a te ouvir, a me ouvir. Isso não aconteceu. Não a tempo.

Tu já estavas próximo o bastante pra me fazer ouvir com clareza o teu convite. Chamava-me pra dançar a tua música, no compasso ritmado, em que, naquele momento, já pulsava meu corpo. Senti teu cheiro e todos os efeitos que ele causava em mim. Ainda tentei controlar, mas era tarde. Eu já sabia o que aconteceria a seguir.

Levantei-me e caminhei em tua direção. A cada passo, despia-me mais um pouco. Percorri a distância que nos separava, deixando pra trás um caminho de vestes jogadas ao chão. Entreguei-me plenamente desnuda.

Nua, pude sentir o prazer de tuas carícias. Deixei que percorresses todo meu corpo. Libertando-me de tudo que eu havia sido. Lavando a pele, renovaste a alma. As pernas afastadas uma da outra faziam com que eu te sentisse entre as coxas. A boca aberta permitia que eu provasse teu gosto de vida. Gosto pela vida. Gozo pela vida.

Aos poucos, senti acalmarem-se teus murmúrios e abrandar-se a força do teu toque. Eu já sabia exatamente o que aconteceria a seguir. Era naturalmente inevitável. As tempestades sempre transformam-se em chuva fina até... secar.

Após sentir que já tinhas ido. Voltei pelo caminho de roupas que eu havia traçado. Vesti-me com o corpo ainda molhado pra manter por mais tempo o frescor que deixaste em mim.

Com um sorriso mudo nos lábios, pensei antes de adormecer. Aquela tempestade se foi, outras virão e eu, apesar do frio e dos riscos, continuarei sempre disposta a um bom banho de chuva.

P.S.1: Aproveitei a Blogagem Coletiva promovida pelo Néctar das Flores, dos queridos Rebeca e Jota Cê, para revisitar Banho de Chuva, texto já postado aqui no Impressões há uns meses atrás. É isso. Continuo sempre disposta a um bom banho de chuva.

P.S.2: Já ia esquecendo... Dêem uma olhada lá no Néctar das Flores (
http://www.nectar-da-flor.blogspot.com/) e votem no seu texto preferido. Sem vontade de votar? Ainda sim vale a visita, nem que seja pra se embriagar com o perfume das flores.



12 comentários:

~*Rebeca*~ disse...

Ai Dani, os pingos de chuva são sempre molhados pela intensidade que o momento proporciona. Já falei repetidas vezes que sou fã da sua forma de sentir emoção... e não canso de dizer que você é linda.

Parabéns e boa sorte, menina que adoro demais.

Rebeca


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Eu disse...

Olá Dani!
Um texto emocionante...
Um convite a deixar fluir pensamentos e emoções!
Adorei!

Deixo o meu beijo carinhoso

Sandra disse...

Cada um de nós traz a sua história, conto de amor, pelo qual um dia foi vivido ou vivenciado.
Não é fácil retomar alguns desses momentos. Mas temos que ter a coragem e falar desse amor.
Este momento, foi nos proporcionado pelo blog da rebeca, onde cada um tinha a sua liberdade de escolha e publiocar o seu conto.
Fiquei muito feliz em estar participando com o blog uma interação de amigos.
Aqui todos falam do amor, comentam e compartilham.
venha e participe:http://sandrarandrade7.blogspot.com

com muito carinho seras bem recebida, lá.
Sandra

Fragmentos Betty Martins disse...

.__________querida Dani





parabéns!


as suas palavras________dão sentir

.a um sentido bem profundo




adorei:)









_______________///








beijO_______ternO

~*Rebeca*~ disse...

Você ganhou o SORTEIO DA BÍBLIA!

Mande seus dados por email que amanhã será mandado pelo correio:

nectardaflor@gmail.com

E não esqueça que ainda tem a votação e já está do lado esquerdo do blog.

É com muito carinho que desejamos BOA SORTE!

Rebeca

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Bill Falcão disse...

Cacilda, tomara que chova hoje por aqui!
Bjoooooooo!!!!!!!!!

Unknown disse...

chuva? nem sei mais o que é isso por aqui rs
em todo caso banho de chuva lembra travessura de criança e todo mundo tem uma criança dentro de si, que nos faz cometer tantas insanidades, rs

Bom estar de volta sim e mais feliz por ser bem recebida.

te adoro querida, bjs

Sandra disse...

Fiquei muito feliz, que veio conferir.
São historias dop nosso cotidiano.
Somos mulheres, fortes e guerreiras.
Valeu. gostei de ter vindo deixar sem comentário.
Um abraço
Sandra

Auíri Au disse...

VOu me banhar com suas palavras..
Adoreii
Beijos

~*Rebeca*~ disse...

''Parabéns!!! Seu blog está concorrendo ao The Best GB 2009. São 10 blogs participantes. Destes, os 3 blogs com maior quantidade de votos, serão premiados com o Troféu The Best GB 2009. A votação encontra-se na página principal da Gazeta dos Blogueiros e se encerra em 1 semana. Faça a sua campanha! Boa sorte!

Gazeta dos Blogueiros ''



Queridos amigos,



Já que estamos concorrendo a esse prêmio, gostaríamos muito da sua participação votando na gente. Sempre é um prazer fazer parte de qualquer tipo de interação onde o prêmio é o reconhecimento daquilo que fazemos com amor.



Pra votar:



Clica aqui!


http://www.gazetadosblogueiros.com/


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Candy disse...

E quem disse que uma tempestade é somente fria e solitária, né?

*lindo!
**saudadoooona de vc e daqui. Desculpe a ausencia =/

beijaooo

Mário Liz disse...

4 Atos

I

CorpoLíngua, PelePêlo, Calor & Tato. Sou água, sou ar, suor. Te molho os seios, entro e saio sem pedir licença. Te sugo os sais a sós e acendo os sóis da tua febre a me queimar. Te cego e sigo em tuas curvas claras e toco e beijo as tuas curvas turvas. Te travo as unhas no meu peito aberto e aborto o caos da minha alma toda. Te molho as pernas e os teus segredos e os teus sagrados se consagram nos Ais da tua voz.

II

Me dou em brados, gritos inteiros, quebrados, solfejos de cama, cítara, de kama-sutra. Ritos de seita. De açoite. Aceita! É o gosto ébrio da noite. Impulso nato. Farto. Um quarto inteiro. Travesseiros. Travessuras. Um quarto em qualquer lugar. Nos montes. Nos matos. Teu grito. Um silvo na selva. Ressalva que não existe. Teu grito. Grato meu corpo no teu. É como se fosse um eco. É feito um poema meu.

III

Te abro as pernas. Te dou meu dorso. Tua palma espalma. Eu me contorço. Te aperto os quadris. Inverto respostas. Me verto em tuas costas. Te tomo a cintura. É pele. É carne. Os ossos. É tudo a fio. Um gosto de sal. Os nervos a mil. E mal percebemos que há mundo. Porque o mundo não há se o impulso rege o verso a nos rodear.


IV

E no ato quarto quando tu te vais: o Poeta é chão. O poeta é solo. Dedos abertos que contam segundos. Dedos fechados que explodem consolo...

(mário liz)