Regresso

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Me diz, querida
O que vc fez da sua vida?
Me conta por onde andou
Sei que sorriu, sei que chorou
Me diz, querida
Se sentiu falta do chá fumegante
À beira dos contos e dos poemas,
Se lembra dos gemidos, da tela do cinema
Não chore assim, querida
Não precisa contar o que te fez sangrar
Já li todas as respostas que queria
Na eloqüência e imensidão do seu olhar
Não chore assim, querida
Ocupa o vazio do abraço em que não cabe outro corpo, além do seu
Fica enquanto cura as feridas que o mundo te fez
Só não esqueça de deixar a porta entreaberta mais uma vez

3 comentários:

Melia Azedarach L. disse...

Gosto tanto deste poema...
Mas te juro não lembro de quem é, devo ta lesada, mas é de felicidade, então me perdoa rsrs.

"Não chore assim, querida
Não precisa contar o que te fez sangrar
Já li todas as respostas que queria
Na eloqüência e imensidão do seu olhar
Não chore assim, querida
Ocupa o vazio do abraço em que não cabe outro corpo, além do seu"

Isso lembra uma certa pessoa.
De todo eu devo está sonhando acordada mesmo rsrs.

Beijokas...

Ricardo disse...

Lembrei-me de uma obra que gosto muito: "A morte de Ivan Ilitch" de Tolstoi. No leito de morte, no último dia de vida, é certa a pergunta: valeu a pena? São tantas as lágrimas... é tanto sangue... valeu a pena? O que faz valer a pena, afinal? Por que não deixar a porta fechada de uma vez?

Anônimo disse...

Mais uma porta..
rs..
Mas então "querida"...
Não vá deixar que ele se vá.. antes de provar do seu abraço e da sua ferida..rs

abraço

Zun