Pretenso poema

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Não escrevo poemas pra seduzir
Escrevo pra não implodir,
pra não desabar

Não choro porque sofro da dor de um amor pequeno
Choro porque transbordo de um sentir
sem dono, sem nome, sem limite

Não grito pra que a multidão me ouça
Grito porque ecoa dentro de mim
uma profusão de idéias que precisam se libertar

Não desejo a felicidade sem fim
Desejo apenas abrandar essa inquietação
que gera tantas partidas

Não pretendo definir o que se passa cá por dentro
Pretendo apenas prosseguir
riscando esses traços disformes que chamo de lar

9 comentários:

Leo Mandoki, Jr. disse...

....quero, desejo, sonho, almejo, persigo, insisto, convido, imploro que eu seja o teu porto de abrigo...
derrama tudo o que transborda em ti dentro de mim...e seremos apenas um...seremos a serendipidade bonita e única que nos coube viver.
tenho tantas saudades...
...uma saudade simples...apenas de pronunciar o teu nome..d a n i e l l e....(com 2 Ls)...

Paula Barros disse...

Querida

É muito interessante o processo de ler o que o outro escreve e me reescrever, me ver...

"Escrevo pra não implodir,
pra não desabar" e nesse momento, pensei:

Escrevo para explodir, para desabar e depois me reerguer...lá vou eu ficar pensando.

Desde que me estreitei com sua escrita, agora você vai me fazer caminhar por dentro de mim, me explodir, implodir, me ver, pensar....já saquei isso. Serás um dos meus vícios, até que a roleta gire o suficiente.

abraços de admiração.


(agora fui ler o comentário de Mandoki. E ele é romântico? rsrsr Valei-me!!!!!)

:.tossan® disse...

Um lamento, um som que escuto de ti neste momento..sim escuto..Sei da tua inquietação, sei porque sinto também. Esta saudade não é de ninguém é da gente mesmo. Beijo forte.

Coisa estranha essa saudade,
Não se vê, não se toca, mas esta ali...
Sinto saudades dos sonhos,
Dos planos mais loucos que já fiz...
Sinto saudade do que não existiu,
Mas queria que tivesse existido...
Parece que a saudade mora em mim,
Tanto, que se um dia parar de doer,
Vou então sentir saudade da saudade,
Deste suave sopro andarilho
Que eterniza as ausências....

por Sonia Schmo

Paula Barros disse...

Oi,
Pode voltar depois, aguardo.

Sai daqui e fui lavar pratos. E quando lavo pratos e roupas o pensamento fica mais acelerado, e fiquei pensando: que ele não faça ela sofrer. Galanteador é galanteador, mas eu nunca vi ele escrevendo assim não.

Durma com os anjos.
(se quiser pode deletar)

Bill Falcão disse...

É assim mesmo, Dani! Mas, não é um "pretenso" poema!
Bjoooooooooo!!!!!!!

Zunnnn disse...

resumindo, vc faz as coisas numa vivencia intensa interna? rs

saiba que viver externamente também é um maravilhoso deleite.

bjs "assim"

Cadinho RoCo disse...

O melhor mesmo é seguir avançar.
Cadinho RoCo

Paula Barros disse...

Querida, sim parece que estamos conversando.

Ontem ao deitar estava pensando no que disse, e pensei: poxa como sou machista. Por que ela iria sofrer e não ele?

Mais uma para eu pensar. rsrs

E essa preocupação foi porque lembrei de mim.

beijos

Anônimo disse...

"pretender" - talvez não seja o verbo que queremos definir quando escrevemos

"pretensão" - talvez não seja o objetivo e a ação que nos move a escrever.

desabafar e disseminar - talvez seja o que sempre fazemos, sem sabermos como, quando nem porque é assim.

e vamos seguindo colecionando... textos, relatos, prosas, versos, retalhos e fragmentos de si mesmo, como se fossemos um mosaico(uma junção de peças desiguais que combinadas de diferentes formas revelam imagens desiguais).

no fim percebemos que todos nós somos "poetas" de nós mesmos, escritores de nossa própria história, reveladores de nossas próprias idéias, insanidades e loucuras.

escrever e falar de si é um simples ato de nos deixar mais visivel e transparente pra nós mesmos.

versos seus, encantamento meu.